Conheça a trajetória de Montgomery Clift, galã de Hollywood que namorou até Liz Taylor


Montgomery Clift foi representante do grupo de jovens atores americanos na década de 1950 que personificava a perda da inocência na geração pós-Segunda Guerra Mundial. Levando a sério suas caracterizações, era sério na vida pessoal também. Mas não teve sorte ao viver naquela época: gay torturado, usou drogas e álcool para escapar da dor da solidão e tentar fugir de seus desejos mais profundos. Vale lembrar que estava em vigor, naquele momento, o famigerado protocolo de ética hollywoodiana, o Código de Hays. Vejam trecho do que Monty Clift e tantos mais (os espectadores, principalmente) tinham que suportar e aceitar sem reclamar durante décadas.O que este documento-em voga até 1956- trouxe de desgraça,dissimulação e hipocrisia não se pode avaliar ainda.Eu penso que esteve e está plasmado na consciência de muitas gerações. “O nu completo não é admitido em hipótese alguma. A proibição é também para o nu de perfil e toda visão licenciosa de personagens do filme. É igualmente proibido mostrar órgãos genitais de crianças, inclusive de recém nascidos. Órgãos genitais masculinos não devem sobressair. Caso um tema histórico exija uma calça justa, a forma característica dos órgãos genitais deve ser suprimida, na medida do possível. Os órgãos genitais da mulher não devem aparecer, nem como sombra, nem como sulco. Toda alusão ao sistema capilar, inclusive às axilas, está proibida.” Edward Montgomery Clift nasceu em Omaha, Nebraska, em 17 de outubro de 1920, filho de um rico corretor da Bolsa. Era gêmeo de Roberta e Brooks, seu irmão mais velho. Foi uma infância de classe alta, com longas viagens à Europa que acabou, de repente, com a queda da Bolsa em 1929. Os Clift se mudaram para uma pequena casa em Sarasota, Flórida, onde Monty, como era chamado, descobriu o teatro num grupo de atores adolescentes. Quando a família se estabeleceu em Nova York (1935), ele fez um teste para a produção da Broadway, Fly Away Home. Seu desempenho, em 1938, firmou a carreira de ator. Ele tinha dezessete anos de idade. O sucesso na Broadway foi grande e ele logo foi procurado por executivos de cinema em Hollywood, e ele logo se viu cortejado por executivos de cinema de Hollywood. Rejeitou uma série de scripts até que, finalmente, fez sua estreia no filme "Rio Vermelho", de Howard Hawks. Em seguida, um papel sob a direção de Fred Zinneman "The Search" ( 1948),lhe trouxe a primeira de quatro indicações ao Oscar. Continuou a fazer filmes de sucesso e estabeleceu amizades duradouras, entre elas com a atriz Elizabeth Taylor. Eles trabalharam juntos em diversos filmes, começando com "A Place in the Sun", "Um lugar ao sol", de George Stevens, em 1951, e continuaram amigos até o fim de sua vida. Clift sempre teve relacionamentos com homens, mas namorou Liz Taylor e outras mulheres para dissimular sua homossexualidade. Em meados de 1950, recusou um papel para "The Rope", "Festim Diabólico", de Alfred Hitchcock, com base num famoso crime, provavelmente porque poderia ter trazido à cena a própria vida de Clift. A história do filme foi inspirada no caso Leopold-Loeb, em que dois estudantes gays da Universidade de Chicago cometeram um assassinato de forma bem parecida com a mostrada no filme. No início da carreira, ele só bebia moderadamente e conduzia sua vida privada de forma discreta, mas neste momento já era um dependente químico e alcoólatra. Em 1954, Clift alugou uma casa num resort gay em Wells, Maine, e saiu do armário. Os estúdios fizeram tudo, sem sucesso, para manter as façanhas de Clift longe da mídia O acidente e dias finais Em 12 de maio de 1956, saindo de uma festa de Liz Taylor, Clift dirigia seu carro em alta velocidade e colidiu com um poste telefônico. O acidente causou cicatrizes e paralisia parcial de seu rosto e afetou sua aparência para o resto de sua vida. Continuou a atuar e teve performances incríveis como -por exemplo- "O julgamento Nuremberg", de Stanley Cramer e "The Misfits"/"Os desajustados", de John Huston, ao lado de Clark Gable e Marilyn Monroe, em 1961. A atuação era maravilhosa, mas a vida pessoal estava destroçada. Nos anos finais, Clift mergulhou mais fundo nas drogas e no abuso de álcool, tudo isso acrescido de comportamento sexual promíscuo. Os chefões dos estúdios perderam a confiança no ainda belo homem. Quando foi encontrado morto por um ataque cardíaco pelo companheiro Lorenzo James em 23 de julho de 1966 era, praticamente, um incapaz. 

Fonte: MIX Brasil

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